é do tamanho de um tapete.
é dupla face.
dois em um: labirintos.
na sala, na varanda, na biblioteca.
onde quer que caiba.
travessias...
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Labirintos e autistas
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Instruções para brincar no labirinto
Feche os olhos e vá tateando...
labirintos de barro da minha amiga artista Adri
Ou...
Percorra, sente, percorra, invente.
Percorra no tempo de uma música,
ou corra. Tente.
Se deixe, se eleve.
Deu vontade? Experimente.
No escuro, com laterna,
pode ser tabuleiro ou caverna.
ver quem faz o melhor tempo,
e concurso do mais lento.
seja o que for se jogue
o máximo que pode acontecer
é você chegar ao centro
e na pior das hipóteses você volta pra fora
se achar chato entrar pra dentro.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Labirintos criados pelas crianças
domingo, 22 de novembro de 2009
Sociologia dos Labirintos
tribalistas...
mas a criançada sempre compensa o esforço
uma experiência única na vida de tanta gente
os velhinhos também percebem
utilizam sem julgamentos
sentem, feito as crianças
põe o coração na frente e agüenta
e carrega muita caixa pra lá e pra cá
um pequeno de 4 ou 5 anos
não queria parar de ajudar
seus pais felizes e orgulhosos
só olhavam o filhinho trabalhar
ah, se tivessem ajudado...
não numa escola onde nem criança pode se sujar
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
e se não tem caixa...
lá nessa terceira série
onde as crianças fazem: lição de matemática, lição de português e aula de música
no lugar do tangram: labirinto
Esses LABIRINTOS abaixo é o desenho da menina Isabela. Curioso ela ter feito e refeito... Estava com dores de barriga. Fui saber disso porque ela precisou ir embora.
Sensacional!
domingo, 8 de novembro de 2009
Sacrifício
Direto de Chartres veio o labirinto de vidro
Na sala do Clube o vento o transformou em caquinhos
Na semana em que o vidro cortou-me a mão direita
Limpeza, aviso ou sacrifício?
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Gestação
terá sido tudo isso a fecundação?
nem faz tanto tempo assim e já parece que foi há dois anos
só que só hoje descobri que estou grávida
uma fertilidade no útero do coração
é tudo a mesma coisa: céu e chão
e portanto, não há limites! Me dizem os astros
a caminhada prossegue e agradeço
estar viva não tem preço
nascer é só o começo
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Terminar é Começar
É preciso escrever o último post sobre a primeira experiência.
Quando uma história termina outra já começa no lugar.
Lá, naquela escola tão acolhedora
tantos Joãos, Fábios, Arturs, Mateuses, Gabis, Caios, Dudas, Saras, Luízas, Gabrielas...
Todos fáceis de amar
E a Gleyce!
O Ronaldo...
A Denise e o Osmar!
Nessa escola o labirinto morava
ficava ali
como que pronto pra pôr pra rodar
E foi no último dia a experiência intencional: aula de labirinto
(tá, tudo era aula de labirinto)
a turma percorre a lona
combina a tarefa
monta e brinca
destrói e guarda
e percorre na lona de novo
e vai pra sala calminha, calminha...
atividade coletiva que exige muita participação
de todos
muita colaboração
às vezes a colaboração surge até daquele
que só passava por ali
ninguém resiste
E foi no último dia que a minha amiga artista professora de marcenaria aproveitou pra usar
E depois acabou por se envolver e também a ajudar
A cada momento um novo contexto
uma nova forma
Quando uma história termina outra já começa no lugar.
Lá, naquela escola tão acolhedora
tantos Joãos, Fábios, Arturs, Mateuses, Gabis, Caios, Dudas, Saras, Luízas, Gabrielas...
Todos fáceis de amar
E a Gleyce!
O Ronaldo...
A Denise e o Osmar!
Nessa escola o labirinto morava
ficava ali
como que pronto pra pôr pra rodar
E foi no último dia a experiência intencional: aula de labirinto
(tá, tudo era aula de labirinto)
a turma percorre a lona
combina a tarefa
monta e brinca
destrói e guarda
e percorre na lona de novo
e vai pra sala calminha, calminha...
atividade coletiva que exige muita participação
de todos
muita colaboração
às vezes a colaboração surge até daquele
que só passava por ali
ninguém resiste
E foi no último dia que a minha amiga artista professora de marcenaria aproveitou pra usar
E depois acabou por se envolver e também a ajudar
A cada momento um novo contexto
uma nova forma
um recomeçar
Crianças sem sofrimento
se ajudando
que bonito
que gostoso de olhar
E a mocinha da sexta série:
"Ah, sério que vai acabar?"
"Ah, mas é tão legal."
Ficaram querendo mais
Não deu tempo de cansar
Puxa, mas lembro que briguei com dois impertinentes
e depois me arrependi
eu podia ter caminhado com eles
na calma, na santa paz, no amor
crianças não podem conseguir me aviltar
seja no começo ou no final
paciência é minha nascente
é cachoeira abundante
enxurrada pra umedecer
e amaciar
Crianças sem sofrimento
se ajudando
que bonito
que gostoso de olhar
E a mocinha da sexta série:
"Ah, sério que vai acabar?"
"Ah, mas é tão legal."
Ficaram querendo mais
Não deu tempo de cansar
Puxa, mas lembro que briguei com dois impertinentes
e depois me arrependi
eu podia ter caminhado com eles
na calma, na santa paz, no amor
crianças não podem conseguir me aviltar
seja no começo ou no final
paciência é minha nascente
é cachoeira abundante
enxurrada pra umedecer
e amaciar
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Cartão vermelho! Se precisar...
De manhã, tudo em ordem. Osmar usou e deixou tudo empilhado de novo. Ele vai me relatar o que fez. E vai pedir pras crianças dizerem o que acharam também. Eis que no recreio a 5a e a 6a série, de novo, clientes cativos, decidem que querem montar. Em minutos, tudo pronto. E ainda têm tempo de brincar.
Depois disso a molecada mais nova chega correndo pra usar. Tento fazer um rodízio, 7 em 7, impossível. O recreio é muito curto. Dá peninha. Não vai dar. Acabo liberando tudo, e aí não tem jeito, acaba o recreio e um monte de caixa está fora do lugar. Não faz mal, vou lá, arrumo. Every activity is devotion. E o abraço que recebo do Léo é desses de recarregar. "Que quentinho o seu abraço", ele diz ao me apertar. E o desenho da menina fofucha, "olha só, Fabi, sou eu, você e o labirinto ao luar".
A chuva começa bem no recreio dos da oitava. E junta um bando de piá grandão pra entrar e zonear. Tento dar algum limite. É difícil controlar. Pára a chuva, fica uns três. Até que ajeitam o lugar. Quando chego pra jornada vespertina tá tudo de perna pro ar. Sem falar na melecada de umas caixas que se molham. Coitadinhas... Estão firmes lá comigo. Umas já começam a se debulhar. O que tenho a fazer? Arrumar, arrumar... Imagine se no recreio não vem um monte de criança me ajudar. A molecada adora! Carregar! Carregar! Empilhar! Empilhar! Todos podem ajudar! Que alegria arrastar umas quatro de uma vez. Que delícia arremessar bem no alto da pilha de 5 andares, onde é difícil de alcançar. Se alguém quer ficar de furdunço, ali no meio, pra chutar e atrapalhar; tá expulso! O cartão é vermelho! Pra quem não quer colaborar. E a brincadeira é tão boa que mesmo os mais terríveis se esforçam pra se comportar. E participam com todo sentimento, uma energia que há. E ainda dá tempo de correr na lona, antes de voltar pra sala. Corrida cronometrada, um de cada vez, que é pra gastar mais, que é pra explodir! E a brincadeira irradia, e continua no outro recreio, ida e volta, melhor tempo, 38 segundos! Uau! Eles se imbuem, fazem fila. Tem até professora que participa, e vai bem! Se você visse a cara deles no final do desafio, bem na hora que eles saem lá de dentro do corrupio... No entanto, a Duda fica por último, e quer participar. Entra e inventa outro jeito: "Fabi, vou beeeem devagar". Vai dançando, sibilando, flutuando pelas curvas. Que menininha sapeca. Uma doçura.
Finalmente o Ronaldo, meu super ajudante, percorreu pra ganhar umas uvas, que deixei lá no centro pra ele pegar. E a Sally, minha quebra-galhos, também teve a sua vez. Lindo foi caminhar com a Isadora no colo. Aí veio aquela turma bem grandona do jardim. Todos queriam muito, e montaram, e brincaram, e correram, e aproveitaram, e destruíram, desmontaram, e empilharam no fim. Teve dois expulsos que ganharam a chance de voltar (e eram outras crianças, era o dobro de ajudar). E a menina que canta: "Vamos trá-balhaaar, vamos trá-balhaaar". Sabe que agora me lembro, que até começamos com dados, cada um, pra montar, joga e pega o tanto de caixa que saiu. Mas no andar da carruagem, os dados? Ninguém mais viu...
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Juntando forças
Depois de tantos acontecimentos me ocorre um esgotamento. A tarde de ontem foi sacrificante. Ainda mais sozinha. Fiquei só no recreio e mesmo sem toda disposição coisas legais acontecem. "Eu sempre empurro mesmo", me disse o Caio. E reiterou: "Eu não consigo não empurrar". A conversa com ele foi boa depois disso.
A manhã de hoje foi boa demais de novo. A oitava, pela primeira vez, aproveitou a torre de caixas deixada antes pelos pequenos para montar. Estava ficando incrível o modelo de montagem deles. Por serem altos, estavam fazendo um centro imensamente gigante. Mas no final de tudo, antes de voltarem para a sala, destruíram e quase que deixam-se ser crianças.
Volto à tarde e está tudo simplesmente no lugar. Caixas minuciosamente empilhadas e lona estendida à disposição. Foi o Osmar, e a outra 4a série que ele levou lá, na última aula da manhã!
Aproveito e dou aulas de música no labirinto-lona, que ficou interditado em um dos recreios para isso. E que frustração, as crianças, que chegam e não podem brincar! Foi depois da aula do JdII que eu liberei pro recreio de novo, e fiz o sorteio que tanto esperavam, as meninas. Depois ficam brincando na lona mesmo e tem até um menino tentando fazer o percurso andando de perna de pau. Então já tá na hora de pegar a 2a série e depois tem mais uma 2a série, cada turma 45 minutos. O desafio que proponho é conseguirem sair do centro e voltar para o centro no tempo da uma música. Organiza de um jeito, tenta de outro e no final, tudo dá certo só que uma coisa dá mais certo do que outra, e é isso que eu vou descobrindo. Estou sem voz mas não posso parar. Isso tá de arrebentar. Primeiro em equipes, depois turma inteira, ou então com alguém no comando da brincadeira. No labirinto, quando todos colaboram, a brincadeira flui e o tempo voa. Colaboração é a chave. Isso é bom de enfatizar. Crianças aprendem na prática uma coisa que sempre vão precisar.
A manhã de hoje foi boa demais de novo. A oitava, pela primeira vez, aproveitou a torre de caixas deixada antes pelos pequenos para montar. Estava ficando incrível o modelo de montagem deles. Por serem altos, estavam fazendo um centro imensamente gigante. Mas no final de tudo, antes de voltarem para a sala, destruíram e quase que deixam-se ser crianças.
Volto à tarde e está tudo simplesmente no lugar. Caixas minuciosamente empilhadas e lona estendida à disposição. Foi o Osmar, e a outra 4a série que ele levou lá, na última aula da manhã!
Aproveito e dou aulas de música no labirinto-lona, que ficou interditado em um dos recreios para isso. E que frustração, as crianças, que chegam e não podem brincar! Foi depois da aula do JdII que eu liberei pro recreio de novo, e fiz o sorteio que tanto esperavam, as meninas. Depois ficam brincando na lona mesmo e tem até um menino tentando fazer o percurso andando de perna de pau. Então já tá na hora de pegar a 2a série e depois tem mais uma 2a série, cada turma 45 minutos. O desafio que proponho é conseguirem sair do centro e voltar para o centro no tempo da uma música. Organiza de um jeito, tenta de outro e no final, tudo dá certo só que uma coisa dá mais certo do que outra, e é isso que eu vou descobrindo. Estou sem voz mas não posso parar. Isso tá de arrebentar. Primeiro em equipes, depois turma inteira, ou então com alguém no comando da brincadeira. No labirinto, quando todos colaboram, a brincadeira flui e o tempo voa. Colaboração é a chave. Isso é bom de enfatizar. Crianças aprendem na prática uma coisa que sempre vão precisar.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Vórtice
O dia começou cedo. Prática de ioga antes de labirintar. Quando cheguei o Luca o Gil já estavam lá. O Luca porque é parceiro e investidor do projeto. O Gil porque é amigo e cineasta que foi pra conhecer e filmar um pouco. Decidi colocar duas idéias em prática aproveitando que o labirinto estava montado. Caminhar equilibrando algo na cabeça (pedra, rolo de fita crepe, concha...), e caminhar de olhos vendados junto com um amigo-guia. A idéia empolgou e funcionou. E mesmo com os menores, mudando um pouquinho a dinâmica e o modo de organizar, deu tudo certo e todo mundo gostou de brincar. No final destruição! Era caixa pra tudo que é lado. E uma satisfação. Nesse calor, só o labirinto na piscina podia ser ainda mais gostoso!
E visitas. Hoje foi o dia das visitas. A Gi trouxe meu sobrinho, que aproveitou o máximo que pôde, entre o monta e o desmonta do lugar. A gente caminhou junto, eu de olhos vendados na entrada e ele na saída. Que amor seu jeito de me guiar. Começou indo atrás de mim, falando vai pra esquerda, pra direita, foi muito, volta pra cá. Depois inventou um esquema puxando a minha camiseta e prefiriu passar na minha frente pra me puxar. Na saída usei sua última técnica, porque foi a melhor. Tanto que fizemos o percurso bem mais rápido.
Também teve o Ricardo (que ficou tonto, e me ensinou que sair não é voltar); a Mônica, a Priscila... E a tia Vera, que é a dona da escola, que já estivera ali muitas vezes mas, hoje, especialmente, não cansou de ir lá olhar. Mas ainda não a vi labirintar.
Teve a turma da quarta série. Eles precisavam passar por ali, com a professora, e adoraram ajudar e terminar de empilhar as caixas do desmoronamento ocorrido minutos antes, no recreio. Por eles ficavam ali. E na turma deles estava o Fábio, um dos alunos especiais que depois voltou com mais três especiais pra usar o mágico lugar. Um deles era o João, cativo. O Mateus e o Artur ainda não tinham ido lá, foi a primeira vez dos dois. O labirinto estava semi-montado, faltava terminar. Depois de conversarmos um pouco labirintando com o dedo, e da gente se apresentar e se abraçar, propomos percurso de reconhecimento e depois ajuda pra montar. Até as visitas colaboraram, e era caixa pra lá e pra cá de novo. Criação. E já que tá pronto de novo, saíram todos para que os meninos pudessem de novo caminhar.
E cada coisa em seu lugar. Tudo se deu na hora de desenrolar. Concatenamento de eventos sem ninguém nenhum nada zero planejar. O currículo do caos to botando pra funcionar. Meu coração se aperta e no banheiro choro, sem ninguém olhar. Que força tem esse labirinto. Que fortaleza esse lugar. Campo magnético, energético. Um vórtice. Um sistema solar.
E visitas. Hoje foi o dia das visitas. A Gi trouxe meu sobrinho, que aproveitou o máximo que pôde, entre o monta e o desmonta do lugar. A gente caminhou junto, eu de olhos vendados na entrada e ele na saída. Que amor seu jeito de me guiar. Começou indo atrás de mim, falando vai pra esquerda, pra direita, foi muito, volta pra cá. Depois inventou um esquema puxando a minha camiseta e prefiriu passar na minha frente pra me puxar. Na saída usei sua última técnica, porque foi a melhor. Tanto que fizemos o percurso bem mais rápido.
Também teve o Ricardo (que ficou tonto, e me ensinou que sair não é voltar); a Mônica, a Priscila... E a tia Vera, que é a dona da escola, que já estivera ali muitas vezes mas, hoje, especialmente, não cansou de ir lá olhar. Mas ainda não a vi labirintar.
Teve a turma da quarta série. Eles precisavam passar por ali, com a professora, e adoraram ajudar e terminar de empilhar as caixas do desmoronamento ocorrido minutos antes, no recreio. Por eles ficavam ali. E na turma deles estava o Fábio, um dos alunos especiais que depois voltou com mais três especiais pra usar o mágico lugar. Um deles era o João, cativo. O Mateus e o Artur ainda não tinham ido lá, foi a primeira vez dos dois. O labirinto estava semi-montado, faltava terminar. Depois de conversarmos um pouco labirintando com o dedo, e da gente se apresentar e se abraçar, propomos percurso de reconhecimento e depois ajuda pra montar. Até as visitas colaboraram, e era caixa pra lá e pra cá de novo. Criação. E já que tá pronto de novo, saíram todos para que os meninos pudessem de novo caminhar.
E cada coisa em seu lugar. Tudo se deu na hora de desenrolar. Concatenamento de eventos sem ninguém nenhum nada zero planejar. O currículo do caos to botando pra funcionar. Meu coração se aperta e no banheiro choro, sem ninguém olhar. Que força tem esse labirinto. Que fortaleza esse lugar. Campo magnético, energético. Um vórtice. Um sistema solar.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Professora de Labirintos
Chego, estendo a lona, e vou buscar as canetinhas na sala do jardim. Quando eu volto o João e a sua acompanhante estão fazendo o percurso. Quero registrar tudo. Labirinto é inclusão. Percorrer o caminho, chegar ao centro e sair. A tarefa é essa. E o João faz direitinho. Depois, no recreio, é ele quem joga as caixas para o amigo que está no meio, montando. Enquanto ele não pega a última caixa da pilha ele não sossega.
Bem, entre João e recreio resolvo dar uma geral, e varrer a lona-labirinto. Antes que eu consiga terminar a faxina chegam as meninas e meninos da quinta e da sexta série. Estão querendo montar e deixo. "Comecem pelo meio que já varri!" Meu trabalho então é filmar. Circuito novo criado. Os pequenos vão adorar. Depois jardim dois e o Ronaldo ajudam a desmontar. E depois disso mais três meninos grandes chegam e querem ajudar. Vamos deixar só a lona de novo, pra quarta série usar na aula de educação física do Professor Osmar. Sugerimos a corrida, no entanto, o que querem é montar. Então pronto. Um circuito de obstáculos. Em grupos a competição alucina. De tanta alegria, as crianças, parecem que vão estourar. São tantas idéias que surgem! Isso sem falar naquelas que ainda nem deu pra usar...
À tarde, recomeço. Crianças pra lá e pra cá. E as caixas decoradas já começam a enfeitar. Ficam curiosos e também querem fazer. Em duplas levam caixas pra Gleyce poder ajudar. Ela é da marcenaria e está adorando ajudar. Dou uma boa ajeitada quando as crianças não mais estão lá. Arrumo bem pro maternal poder usar de novo. Pra eles o labirinto é gigante. E vão que vão sem cortar caminho. Contenção, atenção, percepção visual, colaboração, respeito, movimento, autonomia, artes, alegria, diversão e sabe-se lá o que mais. Tudo isso é trabalhado sem a gente forçar. Primeiro os pitocos entram, chegam e sentam pra voltar. Voltam e na saída correm feito loucos num rodopiar. Tem qualquer coisa que brilha.
E a pergunta do dia que fazem, uns dois ou três quando por ali passam: "todo dia muda esse labirinto?". Depois perguntam também "agora você não é mais professora, fabi?" "agora você só fica aqui?" Sou professora de labirintos. Trabalho igual nunca vi.
Bem, entre João e recreio resolvo dar uma geral, e varrer a lona-labirinto. Antes que eu consiga terminar a faxina chegam as meninas e meninos da quinta e da sexta série. Estão querendo montar e deixo. "Comecem pelo meio que já varri!" Meu trabalho então é filmar. Circuito novo criado. Os pequenos vão adorar. Depois jardim dois e o Ronaldo ajudam a desmontar. E depois disso mais três meninos grandes chegam e querem ajudar. Vamos deixar só a lona de novo, pra quarta série usar na aula de educação física do Professor Osmar. Sugerimos a corrida, no entanto, o que querem é montar. Então pronto. Um circuito de obstáculos. Em grupos a competição alucina. De tanta alegria, as crianças, parecem que vão estourar. São tantas idéias que surgem! Isso sem falar naquelas que ainda nem deu pra usar...
À tarde, recomeço. Crianças pra lá e pra cá. E as caixas decoradas já começam a enfeitar. Ficam curiosos e também querem fazer. Em duplas levam caixas pra Gleyce poder ajudar. Ela é da marcenaria e está adorando ajudar. Dou uma boa ajeitada quando as crianças não mais estão lá. Arrumo bem pro maternal poder usar de novo. Pra eles o labirinto é gigante. E vão que vão sem cortar caminho. Contenção, atenção, percepção visual, colaboração, respeito, movimento, autonomia, artes, alegria, diversão e sabe-se lá o que mais. Tudo isso é trabalhado sem a gente forçar. Primeiro os pitocos entram, chegam e sentam pra voltar. Voltam e na saída correm feito loucos num rodopiar. Tem qualquer coisa que brilha.
E a pergunta do dia que fazem, uns dois ou três quando por ali passam: "todo dia muda esse labirinto?". Depois perguntam também "agora você não é mais professora, fabi?" "agora você só fica aqui?" Sou professora de labirintos. Trabalho igual nunca vi.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
deixa a gente brincar lá?
Mal cheguei pela manhã, na salinha do jardim, o menino que me vê, quer saber se pode ir. Isso atiça o amigo dele, e digo claro, levo sim; peça lá pra professora, tá tudo bem por mim. Eles vão e se divertem. Montam e arrumam pra mim. E nesse fluir de coisas, o labirinto vai virando outra coisa de novo. Transformação é a lei. Virou um circuito de obstáculos. Túneis, paredes bem altas e outras bem baixas; trecho de pular e também pra desviar. O caminho, não pode cortar! Esse é o jogo do dia. Que alegria. Não tem idade. É para todos. E todos querem. E não há quem não pergunte se a gente volta na segunda.
aula de labirinto
no recreio brinca brinca bagunça desmonta
na tarde 27 é a vez da primeira turma do jd 2
percurso é na lona comigo
fazemos uma roda no centro
combinamos a atividade: montar o labirinto
em poucos minutos a construção tá pronta
já tem criança correndo
derrubando a caixa que acabou de colocar
já tem professora brigando
e dizendo:
ah, assim não vai dar!
bagunça boa
todo mundo no centro
é lá que a gente vai se encontrar
Eduardo, é pra cá!
vem Eduardo!
não, por aí você sai
volta, isso!
que maluquice alegre
todo mundo quer voar
quando é hora de partirem
o que querem é ficar
tem criança que até fala:
eu queria aqui morar
na tarde 27 é a vez da primeira turma do jd 2
percurso é na lona comigo
fazemos uma roda no centro
combinamos a atividade: montar o labirinto
em poucos minutos a construção tá pronta
já tem criança correndo
derrubando a caixa que acabou de colocar
já tem professora brigando
e dizendo:
ah, assim não vai dar!
bagunça boa
todo mundo no centro
é lá que a gente vai se encontrar
Eduardo, é pra cá!
vem Eduardo!
não, por aí você sai
volta, isso!
que maluquice alegre
todo mundo quer voar
quando é hora de partirem
o que querem é ficar
tem criança que até fala:
eu queria aqui morar
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Sorteio de labirinto
Improviso um sorteio hoje. Pra ganhar um labirinto sensitivo. Pra participar é só entrar no labirinto sem falar, sem derrubar nenhuma caixa, chegar ao centro, ficar um pouco lá, sair, fazer um desenho, colocar nome e série e me entregar. Muitas moças, alguns moços e muitas crianças participaram agora de manhã, e incluirei os da tarde também. E assim, o uso do labirinto hoje está sendo feito de outras formas, e a atmosfera criada é totalmente nova.
"Isso é tão bom pra cabeça. Uma suavidade. A gente que é mais velha fica assim, imagina uma criança!"
"Isso é tão bom pra cabeça. Uma suavidade. A gente que é mais velha fica assim, imagina uma criança!"
Vó Luzia, 82 anos, ao percorrer o labirinto hoje de manhã.
Cheguei no centro, e daí?
Titubeante, o professor de filosofia entra pra experimentar. "Mas pra que que serve isso?", pergunta muitas vezes. "Entra, experimenta pra saber", respondo. E ele vai, querendo cortar caminho, e quando chega ao centro diz "cheguei no centro, e daí?". E daí o que? Me diga você. Ele sai, intrigado, dizendo "que maluquice isso", e compara a experiência com alpinismo. Depois conversamos. Ele se senta ao meu lado e quer saber qual é meu objetivo. Isso também aconteceu logo que cheguei na escola. A recepcionista também queria saber pra que serve o tal labirinto. Pacientemente procuro explicar de um jeito pra um, de outro jeito pra outro, nos conformes. O labirinto pode ser pra gente ficar querendo saber pra que ele serve. Instiga, acalma, orienta. É uma experiência. È um meio ambiente que incita a colaboração, a criação, a diversão. Um espaço lúdico, lírico, sagrado, informal. Metáfora. São infinitas as possibilidades. O objetivo, qual é mesmo? Importante é o percurso, o processo, a descoberta.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Desmanchei a torre do castelo...
Dor nas costas hoje... Foi pauleira. Mas hiper mega legal. O menino ficou bravo, porque eu tirei as caixas que ele tinha colocado no centro, na hora que eu não estava, pra fazer como se fosse um castelo. Mas eram as caixas que de manhã eu tinha separado, pra colar, pra arrumar... Aí cheguei e fui separando de novo, oras! Aliás, preciso organizar isso. Coloquei uns bilhetes. Vamos ver se funcionará. Talvez também criar umas três ou quatro regras, e colocá-las visíveis logo na entrada. Desisti de colar as caixas. Não dei conta.
O recreio dos pequenos desmonta e monta tudo de novo. Criançada adora isso. É um legão no pátio. As caixas ainda planas (as que ainda não estão montadas) liberei geral depois, no recreio dos maiores! Sensação no local! Cavernas e túneis! Se tivéssemos mais caixas eles teriam coberto todo o labirinto. Teriam feito de quatro andares, de cinco! Confusão e diversão. No final teve criança derrubando tudo de propósito. Foi feio. Mais pito. Tudo bem. Fiquei arrumando uma hora, pra depois levar os picorruchos do maternal. Fofuchos. Ficam com vontade de mais e mais. Alguém aí sabe me dizer por quê?
Teve também as serventes, que foram lá percorrer, e saíram perguntando, "por que pra chegar no centro do labirinto demora mais do que quando se sai dele?". Elas adoraram a idéia de vir percorrer quando estiverem estressadas, cansadas ou algo do tipo, disseram que vão fazer mesmo isso. Tão amáveis quanto as crianças.
O recreio dos pequenos desmonta e monta tudo de novo. Criançada adora isso. É um legão no pátio. As caixas ainda planas (as que ainda não estão montadas) liberei geral depois, no recreio dos maiores! Sensação no local! Cavernas e túneis! Se tivéssemos mais caixas eles teriam coberto todo o labirinto. Teriam feito de quatro andares, de cinco! Confusão e diversão. No final teve criança derrubando tudo de propósito. Foi feio. Mais pito. Tudo bem. Fiquei arrumando uma hora, pra depois levar os picorruchos do maternal. Fofuchos. Ficam com vontade de mais e mais. Alguém aí sabe me dizer por quê?
Teve também as serventes, que foram lá percorrer, e saíram perguntando, "por que pra chegar no centro do labirinto demora mais do que quando se sai dele?". Elas adoraram a idéia de vir percorrer quando estiverem estressadas, cansadas ou algo do tipo, disseram que vão fazer mesmo isso. Tão amáveis quanto as crianças.
To saindo ou to entrando?
Inacreditável. Monta de novo. Percorre, corre, brinca. Bate o sinal. Ahhhhh... Amanhã vai ter de novo? Deixa montado hein!?! Bate o sinal. Mais crianças. Agora é a vez dos menores. Delícia. Emboscadas, túneis, correria, alegria. Bagunça. Molecada derrubando e deixando no chão. Levaram um pito bem bonito. Continua. E uma menina chora. Não consegue sair. Acha que está perdida. Procedo com o salvamento. Ela acalma. Pego pela mão. Vamos juntas. Ela adora. Chegamos no centro, em meio a difilcudades (caixas pelo chão, fora do lugar, túneis por onde temos de nos agaixar). Ela percebe que não tem como se perder. Volta sozinha.
Na salinha, o percurso do dedo. Pequeninos, de três e quatro anos. E acham que é um caracol, uma flor, uma placa, uma cobra enrolada. Estão certos. Labirinto. Tem um grandão. Querem ir lá? Oba! E vamos. E percorremos. E no centro, desenhamos. A professora aprende. Tem idéias. E as crianças então brincam, livremente.
Tem criança que chegou na escola perguntando: "Profi, cadê aquela moça que ontem levou a gente lá naquele negócio?" "Profi, a gente quer ir lá de novo!". Se assim é, assim será. E assim foi. Foram de novo. Só que desta vez é tridimensional. Qual deles é mais legal?
Na salinha, o percurso do dedo. Pequeninos, de três e quatro anos. E acham que é um caracol, uma flor, uma placa, uma cobra enrolada. Estão certos. Labirinto. Tem um grandão. Querem ir lá? Oba! E vamos. E percorremos. E no centro, desenhamos. A professora aprende. Tem idéias. E as crianças então brincam, livremente.
Tem criança que chegou na escola perguntando: "Profi, cadê aquela moça que ontem levou a gente lá naquele negócio?" "Profi, a gente quer ir lá de novo!". Se assim é, assim será. E assim foi. Foram de novo. Só que desta vez é tridimensional. Qual deles é mais legal?
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Fóssil de caracol?
Desmonta pra deixar liso. Na lona, o labiliso. Alguns reclamam mas gostam. Correr assim só quando não tem parede. Atividade sensorial na entrada. Também na salinha da molecada. Até professoras vibram. A cara que fazem ao abrir os olhos, não acredito! Os pequenos dizem "é uma flor". Um símbolo do amor. Mas dançam, correm e vibram. No labi-liso-ladrilho. Não é preciso explicar. Melhor mesmo é caminhar. Sentir e ver no que dá. Sugerir e aceitar. Fingiram que eram cobras. O tempo nem se vê passar ali. "Vai ter amanhã de novo?" "Amanhã a gente pode montar com as caixas?" "Promete?" "Amanhã eu volto aqui". Muro de gente foi feito. Divertido difícil legal! Todos queriam ser cegos! Pra percorrer o tal! Não deu tempo pra todos hoje. E como será o amanhã?
Aventura pedagógica
Recreios, a criançada. Monta e Desmonta. Brinca e rebrinca. Muita colaboração. Improvisação. Crianças montando um labirinto de caixas no chão. Formiguinhas trabalhando. Pura diversão. Em poucos segundos se levanta uma construção. Uma alegria sem tamanho. Uma emoção. Será loucura ou revolução?
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