O dia começou cedo. Prática de ioga antes de labirintar. Quando cheguei o Luca o Gil já estavam lá. O Luca porque é parceiro e investidor do projeto. O Gil porque é amigo e cineasta que foi pra conhecer e filmar um pouco. Decidi colocar duas idéias em prática aproveitando que o labirinto estava montado. Caminhar equilibrando algo na cabeça (pedra, rolo de fita crepe, concha...), e caminhar de olhos vendados junto com um amigo-guia. A idéia empolgou e funcionou. E mesmo com os menores, mudando um pouquinho a dinâmica e o modo de organizar, deu tudo certo e todo mundo gostou de brincar. No final destruição! Era caixa pra tudo que é lado. E uma satisfação. Nesse calor, só o labirinto na piscina podia ser ainda mais gostoso!
E visitas. Hoje foi o dia das visitas. A Gi trouxe meu sobrinho, que aproveitou o máximo que pôde, entre o monta e o desmonta do lugar. A gente caminhou junto, eu de olhos vendados na entrada e ele na saída. Que amor seu jeito de me guiar. Começou indo atrás de mim, falando vai pra esquerda, pra direita, foi muito, volta pra cá. Depois inventou um esquema puxando a minha camiseta e prefiriu passar na minha frente pra me puxar. Na saída usei sua última técnica, porque foi a melhor. Tanto que fizemos o percurso bem mais rápido.
Também teve o Ricardo (que ficou tonto, e me ensinou que sair não é voltar); a Mônica, a Priscila... E a tia Vera, que é a dona da escola, que já estivera ali muitas vezes mas, hoje, especialmente, não cansou de ir lá olhar. Mas ainda não a vi labirintar.
Teve a turma da quarta série. Eles precisavam passar por ali, com a professora, e adoraram ajudar e terminar de empilhar as caixas do desmoronamento ocorrido minutos antes, no recreio. Por eles ficavam ali. E na turma deles estava o Fábio, um dos alunos especiais que depois voltou com mais três especiais pra usar o mágico lugar. Um deles era o João, cativo. O Mateus e o Artur ainda não tinham ido lá, foi a primeira vez dos dois. O labirinto estava semi-montado, faltava terminar. Depois de conversarmos um pouco labirintando com o dedo, e da gente se apresentar e se abraçar, propomos percurso de reconhecimento e depois ajuda pra montar. Até as visitas colaboraram, e era caixa pra lá e pra cá de novo. Criação. E já que tá pronto de novo, saíram todos para que os meninos pudessem de novo caminhar.
E cada coisa em seu lugar. Tudo se deu na hora de desenrolar. Concatenamento de eventos sem ninguém nenhum nada zero planejar. O currículo do caos to botando pra funcionar. Meu coração se aperta e no banheiro choro, sem ninguém olhar. Que força tem esse labirinto. Que fortaleza esse lugar. Campo magnético, energético. Um vórtice. Um sistema solar.
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