Depois disso a molecada mais nova chega correndo pra usar. Tento fazer um rodízio, 7 em 7, impossível. O recreio é muito curto. Dá peninha. Não vai dar. Acabo liberando tudo, e aí não tem jeito, acaba o recreio e um monte de caixa está fora do lugar. Não faz mal, vou lá, arrumo. Every activity is devotion. E o abraço que recebo do Léo é desses de recarregar. "Que quentinho o seu abraço", ele diz ao me apertar. E o desenho da menina fofucha, "olha só, Fabi, sou eu, você e o labirinto ao luar".
A chuva começa bem no recreio dos da oitava. E junta um bando de piá grandão pra entrar e zonear. Tento dar algum limite. É difícil controlar. Pára a chuva, fica uns três. Até que ajeitam o lugar. Quando chego pra jornada vespertina tá tudo de perna pro ar. Sem falar na melecada de umas caixas que se molham. Coitadinhas... Estão firmes lá comigo. Umas já começam a se debulhar. O que tenho a fazer? Arrumar, arrumar... Imagine se no recreio não vem um monte de criança me ajudar. A molecada adora! Carregar! Carregar! Empilhar! Empilhar! Todos podem ajudar! Que alegria arrastar umas quatro de uma vez. Que delícia arremessar bem no alto da pilha de 5 andares, onde é difícil de alcançar. Se alguém quer ficar de furdunço, ali no meio, pra chutar e atrapalhar; tá expulso! O cartão é vermelho! Pra quem não quer colaborar. E a brincadeira é tão boa que mesmo os mais terríveis se esforçam pra se comportar. E participam com todo sentimento, uma energia que há. E ainda dá tempo de correr na lona, antes de voltar pra sala. Corrida cronometrada, um de cada vez, que é pra gastar mais, que é pra explodir! E a brincadeira irradia, e continua no outro recreio, ida e volta, melhor tempo, 38 segundos! Uau! Eles se imbuem, fazem fila. Tem até professora que participa, e vai bem! Se você visse a cara deles no final do desafio, bem na hora que eles saem lá de dentro do corrupio... No entanto, a Duda fica por último, e quer participar. Entra e inventa outro jeito: "Fabi, vou beeeem devagar". Vai dançando, sibilando, flutuando pelas curvas. Que menininha sapeca. Uma doçura.
Finalmente o Ronaldo, meu super ajudante, percorreu pra ganhar umas uvas, que deixei lá no centro pra ele pegar. E a Sally, minha quebra-galhos, também teve a sua vez. Lindo foi caminhar com a Isadora no colo. Aí veio aquela turma bem grandona do jardim. Todos queriam muito, e montaram, e brincaram, e correram, e aproveitaram, e destruíram, desmontaram, e empilharam no fim. Teve dois expulsos que ganharam a chance de voltar (e eram outras crianças, era o dobro de ajudar). E a menina que canta: "Vamos trá-balhaaar, vamos trá-balhaaar". Sabe que agora me lembro, que até começamos com dados, cada um, pra montar, joga e pega o tanto de caixa que saiu. Mas no andar da carruagem, os dados? Ninguém mais viu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário