sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Comuna Pedagógica

O ciclo do ano na Casa Labirinto fechou hoje, junto com o fechamento de um I ciclo de 8 encontros na região dos mananciais aonde estamos co-construindo uma pedagogia familiar que atenda as necessidades das quatro famílias fundadoras de um grupo ainda sem nome oficial.

Senti uma importância grande em, mesmo depois de imenso dia cheio de experiências entre nós do grupo, escrever de forma aberta, sincera e transparente, sem querer conceituar nada e num exercício de estar presente na escrita que vem e se define a partir dessa presença, sem julgamentos que me façam apagar o que quer que se escreva. Conto com a adivinhação de todos numa presença de ler com amor. O amor que encontro nos encontros é que me faz andar com essa fé que me deu o destino que tenho, de poder conviver e aprender com cada pessoa neste projeto de educação tão viva.

Gratidão. Por cada momento. 

Sinto que está ocorrendo uma harmonização com a vida de uma maneira presente e compreensiva dos processos com os quais cada ser lida internamente na dialética com as experiências da vida, do mundo que nos cerca, das oportunidades que se apresentam e das co-criações.

E o que há de lindo na evolução individual é que se pergunta: será que sei fazer desse jeito, viver assim, criar isso? Ah as crenças que tanto nos atrapalham...

Tudo é perfeito como é.

Cheguei há pouco e exaurida depois da intensa rotina de uma sequencia de eventos que vão se apresentando no devir do simples fato de estarmos juntos.

Sinto medo e desconfiança ainda. Por isso ainda ressoa em mim a violência o autoritarismo. Minha busca com a nossa união é ir curando cada célula que ainda quer agir no velho paradigma do poder. E ouço minha voz falando coisas que me mostram como esse velho ainda está em mim, o tempo todo.

Mas é só lembrar da força que tem cada família, e do amor incondicional por traz de qualquer ação ou reação que sei: é tudo perfeito. Um trevo de quatro folhas. E labirintos...

Hoje, me peguei não presente algumas vezes. Preocupada com o cansaço do outro, da Flora, com o que tinha sido, com o horário do Joel... Ou no passado ou no futuro. Mas presente quando falei, ouvi, cuidei, atendi, comi, ajudei...

Penso que fiz o que estava pronta pra fazer, no intuito de ajudar, servir e amar – ou aprender a amar – pra poder confiar e parar de sentir medo. Mas faço e fico pensando “será que estou sendo aceita?”. “Será que fui grosseira?” “Sera que isto ou aquilo?”

A linguagem não dá conta. Mas ajuda o pensamento a ganhar asas e o encontro de nossas almas pode acontecer em tempos e espaços diferentes, pois meu espírito pode assim se expressar sem interrupções. A escrita que é sagrada e viva quando lida.

Há uma armadilha que é achar que algo pode acontecer se...

Mas o que pode acontecer se realmente nos desprendermos das amarras dos condicionamentos? O que pode acontecer se abrirmos nossas vivências para mais pessoas poderem participar? Mas o que pode acontecer se a minha filha chorar muito? O que pode acontecer se alguém não gostar da experiência com a gente? E o que pode acontecer se ninguém precisar da gente? Ou de labirintos? Ou de mim?




Ficar tudo sempre perfeito.




sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Encontros e Práticas para Mudança de Paradigma








Na vida tem isso
O encontro, a co-criação
Na possibilidade de estar junto sozinho
Na infinita oportunidade de ficar sozinho e ser múltiplo

A arte de viver, sentir e agir de outro modo
O encontro de deslocar o eixo
O trabalho que está em cada um de nós
Praticai-vos!
Mas não por obrigação.



Ativismo ainda é velho paradigma

Novo é presença, legitimidade e incondicionalidade




Novo é sair do controle
Porque quem controla é a emoção
Novo é sem comparação

O que pode acontecer se você perder o controle?
O que pode acontecer se você se machucar?
O que pode acontecer se você morrer?

As voltas que o mundo dá e o caminho sem escolhas, único, que leva ao centro.

Se algo se apresenta, é necessário
Espelhamento é dizer sim à perfeição
Qualquer punhalada que se leve é leve

Liberar as crenças é perder o chão
Abismo de um novo tempo rei

O que pode acontecer se tudo acabar?
Algo vai brotar
Só o que está dentro é que é determinante

O jogo é lúdico, divertido e cooperativo
É um jogo Ganha-Ganha
Potencializando a potência
O outro é a festa aonde a dança é melhorar a percepção de si
Esse espelho que volta-se para quem olha
Inibir o hábito de julgar, justificar...
O outro é talismã (seja filho, marido, vizinho, pai, tia, sobrinho...)

Criar deslocamento para chegar em estado de criação
Processo metafísico de reverberação
Não dá pra explicar uma experiência
Cada qual caminha em direção ao seu centro, e...
Todos percorrendo o mesmo grande labirinto

Cada um tem exatamente o que merece pro momento exato em que está
Armadilhas: Necessidade de ter: reconhecimento, boa formação, segurança, controle...
Presente: ter um antagonista ou aliado pra o si mesmo se reconhecer no olhar que espelha uma relação.

Qualquer exercício, prática ou vivência só é eficiente quando enfim, se torna desnecessária


Eu me rendo
silencio
afirmo em mim
mudo minha percepção
é tudo perfeito.







quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Ilumine-se!


As oportunidades surgem e quem está desperto aproveita.

Este encontro é sobre a arte de aprender um novo modo de sentir, pensar e agir na vida. 

O trabalho é em cada um de nós. 

A mudança é necessária.

Vamos?


 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Manhã de outubro

Elefantes, milho, bambu
Belo é poesia
Uma canção inédita

Por razão de uma emoção
uma idéia e vontade de escrever
só sendo pra expor fotografias e cenários belos

Nesta manhã
Chuva de frio em Piraquara
E a minha filha dormiu fora de casa

Meu companheiro, dorme
Os gatos já ganharam comida
Acabo de assistir ao discurso da filósofa Viviane Mosé, onde ela diz:
"A imaturidade política em que estamos é consequência da escolarização"
https://www.youtube.com/watch?v=5YWF7I4-Et8

Mas quis poetar, poetizar e pionetizar
Hipotetizar no realizar do sonhar a vida
Do imaginá-la abundante, e sem dinheiro algum

Compartilhar o sensível e eternamente novo
Ao universo lançar o amor na terra, na água, no céu, no mar
mesmo sem saber mergulhar
Para afogamentos há salva-vidas!

O meu hoje foi Mário Quintana, sobre o conhecimento:

Tudo já está nas enciclopédias e todas dizem as mesmas coisas. Nenhuma delas nos pode dar uma visão inédita do mundo. Por isso é que leio os poetas. Só com os poetas se pode aprender algo novo.

E com as crianças.

O dia hoje que se diz delas
pode ser esse para o qual cada um de nós seja lançado
no lugar do sentir da criança que foi

quando faço isso
resgato: minha semente interior






sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Esta é a Casa Labirinto

Um mar de rendas tecido a muitas mãos.
Essa é a Casa Labirinto.
E o movimento nunca pára mesmo!!!

Com a palavra, a educadora Romã Rettamozo:

Tem dias que a gente vê coisas acontecendo na casa que tem vontade de relatar, compartilhar...

O relacionamento com os pais sempre é muito importante e quanto mais conseguimos aproxima-los melhor. Não acredito em educação sem pensar na criança e em todo o âmbito social que ela convive (família, bairro, amigos). 
Ja a tarde foi muito gostosa e movimentada e é mais sobre ela que eu queria falar.

No inicio do periodo a Ana Clara deu a ideia de construir uma rua ali onde eles gostam de brincar com as bikes. A Ju acolheu e elas com o Tales (que estava junto) foram para o ateliê e iniciaram a produção. Vendo que o trio, Kauã, Raí e Monique estavam livres pela casa. Chamei o pessoal do ateliê ali na sala com eles para que contassem o que pretendiam fazer. Eles compraram a ideia, e eu não sei o que foi que aconteceu exatamente no ateliê, sei que depois tinham cordas impedindo a passagem ali do ado da horta com plaquinhas escrito "em obras". E que bastante tempo depois estavam todas as crianças pintando uma rua, juntas, e que depois tinha até sinaleiro. Isso foi o início de um projeto.
E dali pode partir mais coisas... Conteúdos de geografia, matemática, português , cidadania, comunidade,etc. E veio de quem? Das crianças. Lindo.

A coisa da rua foi tão legal que ontem as crianças chegaram já animadas para continuar. E fizeram ônibus, placa e lombada "porque a gente vem muito rápido na curva"... E com a chuva, a energia estava intensa. O jeito foi passar a tarde nos labirintos. Teve dinâmica de letrinhas, dinâmica de fechar os olhos, dinâmica de montar e destruir e deixar e energia correr solta. Uma delicia!

Vigotski:"A brincadeira da criança não é uma simples recordação do que vivenciou, mas uma reelaboração criativa de impressões vivenciadas. É uma combinação dessas impressões e, baseada nelas, a construção de uma realidade nova que responde às aspirações e aos anseios da criança. Assim como na brincadeira, o ímpeto da criança para criar é a imaginação em atividade." 

E mais!!! Temos uma novidade: a casa vai passar a acolher um projeto de mães, que precisam de tempo e espaço e não querem por seu filhos em escolas ou creches. Escolhemos então criar uma cooperativa de cuidados parentais. Mais informações em breve...


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Mudança de Paradigma, na prática

"A situação em que se vive essa profunda aproximação de si mesmo, como se eu me encontrasse com o que em mim me transcende, como se que em mim é pessoal abrisse espaço ao impessoal, é a isso que chamamos de experiência. . A ideia de experiência é o que mais importa quando pensamos em uma vida ética do ponto de vista do "tornar-me quem sou". Que a experiência esteja em baixa é, portanto, a questão com que precisamos nos importar. Talvez o retorno à experiência seja um caminho de emancipação das amarras das tendências dominantes e sua produtividade antipolítica" (TIBURI, 2014).

Gosto muito de acompanhar os textos da Ana
Desde que lá estive, as transformações e transmutações seguem acontecendo
E tudo se apresenta conforme a necessidade do momento, do que é preciso viver e aprender
http://anathomaz.blogspot.com.br/2015/09/o-fim-da-desescolarizacao.html

"para conectar é necessário pensar, sentir e agir de outro modo do qual fomos ensinados e treinados"

E assim, vamos praticando a mudança de paradigma aqui nos mananciais
Realizando o trabalho que ativa a abertura necessária para os encontros fluírem

As crianças se encontraram: Flora, Eleonora, Thomaz, Maitê, Yasmin
As mães também: Eu, Janaína, Letícia e Cris
E dois pais: Joel e David
E uma amiga linda: Silvane

E todos se conectaram, em liberdade: na grama, na água, no rancho, na argila, no labirinto, nos tijolinhos, na barraca, no balanço, no jardim, na bicicleta, no pasto, na sala de brinquedos, na cama "pula-pula", na varanda...

Muita interação e até troca de brinquedo
Lanche vegano com suco natural
É a Casa Labirinto no Campo
Acontecendo de verdade
Se tornando realidade

tudo com muito amor, conexão e gratidão.







Fale comigo para saber mais sobre estas vivências de educação livre e colaborativa e...



Conecte-se! Participe! Pratique!


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Eu quero brincar!

É mesmo muito impressionante que ainda exista sala de aula com cadeiras e carteiras
ou estou querendo algo de outro planeta?

Vejo as crianças muito felizes e plenas, dos 2 aos 12 anos (ou mais), vivendo intensamente o que pode o corpo a partir da livre expressão do brincar junto. É simplesmente sensacional.

Tenho certeza de que, se fossem realmente livres na infância para fazerem isso, teriam sede de sentar de vez em quando pra realizar alguma tarefa de interesse, fosse ela qual fosse, com a mediação cultural necessária para ela aprender o que quer que naquele momento ela estivesse necessitando aprender para, muito provavelmente, continuar a fazer algo.

Responsabilidade total: eu não tenho tempo-espaço pra pensar no que eu deveria fazer quando estou completamente ocupada com o que estou fazendo.

Mas, de mesma forma impressionante, nessa mesma humanidade da qual faço parte, tem gente que ainda acha que tem mesmo é que deixar as crianças separadas e retidas em salas, sentadas, esperando a manhã ou a tarde passar, enquanto obedecem uma professora que também foi pra escola e assim era o tratamento que recebia.

No entanto, continuamos eu e mais uma imensa força de resistência trabalhando.
E lá fui eu de novo, ver o que dava pra fazer com as quatro turmas do contra-turno da Associação Menino Deus.

Turma 1 - legal, labirinto, barulho, bagunça, caminhadas, cumprimentos, abraços, perguntas, novidades, tudo junto ao mesmo tempo. Em silêncio observei. Fui silenciosamente cativando a todos para que fizéssemos uma roda. Mantra Om entoado por todos 5 vezes. Brincadeira do nome de todos. Flora junto. Depois, sugestão: andar no labirinto e dizer qual a coisa que mais queria fazer agora. Todos queriam andar primeiro! Foi a primeira criança. O que você mais quer? Brincar!, ela responde. E foi, direto pro parquinho. E foram todos! E com a menina que sentia cólicas e não queria fazer nada, fizemos um labirinto de pedras de 7 circuitos, na mesa de cimento. Outras crianças vieram ajudar. Até que: caracol! Posso levar o caracol no labirinto? Trouxeram 1, 2 e 3 caracóizinhos bonitinhos do jardim pra caminhar no labirinto de pedrinhas...

À tarde o menino chegou e tirou umas 4 pedrinhas da sétima volta do labirinto na mesa, e disse: aqui é saída. Depois, ele mesmo destruiu todo o trabalho. Mas aquilo deu a deixa para as meninas iniciarem uma brincadeira com as pedras, mato, flores e tesoura, em cima da outra mesa, enquanto a outra parte do grupo corria e brincava feliz.

Então, vamos pensar junto:
Professores sozinhos na sala de aula não dá mais.
Sala de aula não dá mais.
O que dá?

Mãos à obra!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Estar presente e jogar junto


A gente tem uma clareza:

as pessoas vêm pra se unir
o projeto é radical
as crianças só brincam
e ficam mais inteligentes

a sala não é mais de aula
é um espaço de experiência e descoberta

a escola pode ser desnecessária
necessário é o encontro

crianças que não estão presas,
CRIAM!!!!!

e na brincadeira surge
o insight de criação

Assista a Ana, é sempre uma inspiração pra coisa acontecer
https://www.youtube.com/watch?v=B7506orJZ2k

***

Abrimos dois diferentes modelos de labirinto no tatame hoje, lá no contra-turno das crianças da associação menino deus, e as duas turmas da manhã brincaram livremente no primeiro momento.
Percursos em dupla, individual, com o grupo todo.
O menino encontra o jeito de deixar o amigo entrar, sem sair do caminho estreito.
A menina vestida bailarina não caminha, flutua. Em meio ao trio de meninos que corre pula e se abraça, vigorosamente.

Metáfora para trajetórias do corpo e investigação subjetiva do movimento. Caminhos.

"Ora, a vida não é senão um modo de experimentar a construção de metáforas ou de experimentar metáforas construídas" (Márcia Tiburi, 2014)

Olhando tudo isso, presente, fiquei tentando responder: por que os labirintos são necessários?
Ora, só porque é fundamental saber o que se tem dentro de si.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Com a palavra, o mestre da Ponte

José Pacheco estava ontem na UFPR de Matinhos, numa palestra aberta e gratuita. Nós da Casa Labirinto fomos.

Fiquei pensando que esta experiência, desde a organização para que todos os interessados pudessem estar lá, até as conversas com as pessoas que estavam juntas em um carro, na ida e na volta, e também a participação das crianças, incluindo a minha filha, nesta movimentação, já foi uma vivência de transformação intensa, um tipo de experiência "formativa" que me remete a este trecho do livro do Larrosa, em Pedagogia Profana:

A formação é uma viagem aberta, uma viagem que não pode estar antecipada, e uma viagem interior, uma viagem na qual alguém se deixa influenciar a si próprio, se deixa seduzir e solicitar por quem vai ao seu encontro, e na qual a questão é esse próprio alguém, a constituição desse próprio alguém, e a prova e a desestabilização e eventual transformação desse próprio alguém" 

***

Chegamos em tempo de ver o mestre José Pacheco falar de educação. Legitimar o que já sabíamos, sobre parar de dar aulas. E ainda que eu não tenha ouvido tudo, porque quem desescolariza leva os filhos em palestras e divide a atenção o tempo todo, o que ouvi me fez ver o quanto eu ainda preciso aprender. Ou melhor, desaprender.

Algo me chamou muito a atenção. Pacheco fala em coerência. Devemos ser coerentes. E depois, em vários momentos com a minha filha, fiquei atenta, observando-me em meus pedidos a ela e nos exemplos que dou. Percebi que a coisa mais difícil é ser coerente. Esse é o desafio a enfrentar, agora. Posso dizer, sim, claro, ser coerente. Mas na vida, a incoerência que vivenciei está em mim, e praticar coerência é revolucionário. É praticar ética e respeito. Tem um trecho escrito por outro José, também português, o Saramago, que me faz pensar pensar pensar, e que também vem de encontro a este momento de reflexão (afinal um mestre pode se contradizer, mas jamais poderá ser incoerente):

"[...] incoerência e contradição não são sinônimos. É no interior da sua própria coerência que uma pessoa ou uma personagem se vão contradizendo, ao passo que a incoerência, por ser, bem mais do que a contradição, elimina-a, não se estende a viver com ela. Deste ponto de vista, ainda que arriscando-nos a cair nas teias paralisadoras do paradoxo, não deveria ser excluída a hipótese de a contradição ser, afinal, e precisamente, um dos mais coerentes contrários da incoerência". (A CAVERNA, p.218)

E educar, nas palavras do mestre Pacheco, é nada mais do que com coerência, dar condições para os aprendizes aprenderem o que quiserem e serem felizes. É não ficar sozinho nisso. É unir forças e estabelecer diálogos e parcerias. É o currículo do caos? Sim, inesperadas aprendizagens, dessas que realmente interessam a vida. É perguntar: O que você quer saber? O que você quer fazer? E o que precisa saber para fazer algo? Mãos à obra!


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Chá de Melissa

o quintal é uma oferenda
hoje descobri o poder da melissa
tomando um chá dessa planta vos escrevo
e confesso-lhes que estou mesmo relaxando...
será que chego ao final?

eu não sei escrever textos
queria ser manoel de barros
para, junto com as lesmas, desescrever

e como a melissa também é mel em grego (fonte: http://www.criasaude.com.br/N2175/fitoterapia/melissa.html)

e mel é oferenda de melissas para as senhoras abelhas

ofereço palavras, que é só o que posso fazer

"Uma vida é feita de palavras que nos constituem sem que prestemos muita atenção nisso. Mais que signos, as palavras são materialidades, são corporeidades. Não nos conhecemos se desconhecemos as palavras de que somos feitos. Elas são como aquelas partes do corpo que só percebemos quando nos faltam. São essenciais, mas sua experiência só nos ocorre acidentalmente. Assim, uma criança que descobre o corpo, descobre a palavra que a ele se relaciona."

(fonte: http://revistacult.uol.com.br/home/2015/08/dicionario-particular-para-uma-critica-do-consumismo-da-linguagem/)

Basta um dia pra mitigar
Ou pra emancipar
E tudo tudo viraria poesia

"Quem não presta atenção nas palavras não consegue chegar perto da poesia. Quantas vezes ela nos escapa. Nos escapa a própria vida. Ora, a poesia é o elo essencial entre a palavra e a vida. Uma leva à outra. Uma é o caminho, o método, para a outra. Uma filosofia da expressão sempre nos promete uma ética e uma política, a poesia nos dá imediatamente as duas coisas." 

E então nesse dia de reunião pedagógica
e de tentativas e erros
idéias e lampejos
fiquei com vontade de escrever um livro

fiquei buscando entender o que as crianças sentem a partir da expressão que aflora através dos labirintos. E também os adultos.

Os labirintos e suas infinitas possibilidades...

Na escola de teatro 
No Jardim ambiental
Na ciranda Cirandinha
Lá no fundo do quintal

Diferentes experiências com algo em comum: há sempre o florescimento da livre expressão de emoções e pensamentos. 

Então a pergunta logo surge: mas por que o labirinto?
não sei bem, confesso
não sei e por não saber é que justifico a escolha
poderia ser qualquer outro símbolo mesmo
eis aí uma não-resposta
porque o mistério é mistério justamente aí, nesse porquê impossível




Para fechar e aí sim com chave tecnológica de ouro, a reunião à distância com uma galera preciosa que chamo de Casa Labirinto, fizemos uma pequena lista de coisas para se fazer com as crianças e o labirinto:

- Correr
- Dançar
- Jogo da Memória com as cores
- Andar diferente
- Colocar um baú no meio e renovar o conteúdo dele
- Fazer um pedido, sonhar
- Resolver problemas de relacionamento, conflitos
- Meditar
- Caminhar em silêncio
- Rituais
- Texturas

E quantas coisas mais...

O chá está fazendo efeito.
Boa noite.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Que coisa é essa que faz a gente se mover?


Ontem, quando cheguei na Casa Labirinto, senti o espaço todo em harmonia com as vibrações boas que existem no universo.
Cheiro de casa bem cuidada.
Cantinhos lúdicos aproveitados o dia todo.
O brincar...


Aí chega a terça-feira
Uma atividade encantada
Que existe por tudo e pra nada
Um mate, um lanche
Aquecer a voz pra esquentar o coração
O canto, a sintonia
O violão...

Uma vontade de dizer de tudo um pouco
Adivinhar o seu querer do ouvido

O trabalho é feito
O tempo corre
A vida segue
O choro acontece
E todo o tempo é muita emoção

Uma, duas, três quatro turmas
todos de uma só associação
As trajetórias do corpo
A Liberdade de criação

"O labirinto é bom", diz Pedro ao continuar sempre
entrando. Ele chega no centro, descansa,
e volta ao início, sem sair pelo caminho que entrou.
Um amigo chega e diz,
"que tal irmos juntos agora? Como amigos?"



Enquanto isso ali na outra escola
Um grupo tão pequeno de professoras
brincam alegres de adivinhação


Uma velhinha cega
segue sua desconfiança
sente o cheiro da criança
que cada adulto descobre ter




E as vivências de capacitação
São experiências de movimentação interior
De descoberta do símbolo que resgata a vida potente 
que está em toda gente






E lá do Tatuquara...
Criançada viu-se admirada
Com a possibilidade de caminhar
caminhar sem se perder
de encontro ao próprio ser
Numa roda de brincar de montar, cuidar e destruir
Tudo assim, num dia inteiro a fluir

Vai agora labirinto
Vivificar Paraty, Matinhos, Piracaia
Vivificar as ondas, montanhas, e a roda da saia
Trazer prosperidade, cura, amor, amizade e até vaia

Uma trupe inteira de gente faceira
Que se move em direção ao centro
todo dia e a vida inteira
Só pra sentir o que é afinal
que coisa? qual?
isso de que somos feitos
que faz o movimento acontecer

que coisa é essa que faz a gente se mover?

Se essa força quiser vir aqui
Falar comigo, brincar, conversar, cantar, cozinhar, esculpir...
Tenho uma urgência nesse prosseguir
Abrindo minha casa para me abrir
Partilhar do que somos e vivemos para cada vez mais unir
O que vem de lá da urbanidade da outra cidade da diversidade 
para nutrir

Essa coisa de mover e esse pra onde e esse porque
só cada percurso único e livre pode, em seu caminhar, responder







segunda-feira, 27 de julho de 2015

Caldo Inspiração

Muitos ingredientes fizeram parte dos meus últimos dias aqui em casa.

A Romã Rettamozzo é a coordenadora pedagógica da Casa Labirinto. Ela esteve conosco a com seus dois filhos e movimentou os dias por aqui. Era uma quarta-feira quando ela chegou com as crianças, e quando chegou a sexta-feira, o grande Chico de Celorico, meu amigo português, chegou de Porto Alegre.  No sábado, chegou a galera: Cláudio, Luca, Diogo, Guilherme, Isabela, Camila, Amanda, Marta, Juliana. Chegaram trazendo ingredientes para um almoço colaborativo delicioso. Vegetariano. Mas trouxeram carne, para meu amado Joel fazer o fogo e atender também ao paladar carnívoro.

Foi um dia fora do tempo* que ficou dentro de nossos corações. Apreciamos as nuvens e suas efêmeras formas. Compartilhamos de um tempo de sol e aprofundamos o momento deitados, em semi-supina. Lembramos do importante da vida, da união. Criamos um lindo labirinto tátil na argila. Unimos muitas inspirações. Cantamos. Comemos uma canjica de infância. Foi mais uma aventura nessa pedagogia da presença. As crianças da vivência eram a Flora, o Vitor e o Valentim. À distância e no apoio, a pequena Eleonora e sua mãe Janaína, na educação ativa e campeira da Ilha do Sapo. Mas como a perfeição é um mosaico de experiências... infelizmente teve uma picada no nariz do bebê Valentim que nos preocupou com uma reação alérgica e acelerou a volta da família Romã para Curitiba no domingo. Senão, teriam aproveitado o atum assado na folha de bananeira com brócolis refogada e o pirão de feijão, que comemos no domingo à noite; Flora, Joel, Chico e eu. Mas só porque não aproveitaram é que sobraram talos de brócolis e o atum para o prato da segunda.

Ah que canseira... Hoje quando acordei senti meu coração leve e meu corpo muito cansado. Mesmo assim, quando o sol saiu (de novo!!!) não resisti. Lembrei-me dos ensinamentos do Diogo sobre a terra e fui revirar nosso buraco da compostagem no quintal, e juntar as pedras de um projeto dos tantos projetos que existem para os tantos espaços do jardim. Esse movimento de pessoas, a natureza, o vir a ser da minha filha em meio às vivências que vêm até nós, até ela. Esta jornada de autodescoberta a qual estamos todos metidos, os labirintos e a desescolarização. Um brinde a vida!

Tudo isso (sem os pormenores, pois há muitos), alimenta a alma e faz a gente se surpreender com a própria capacidade de criar. Há poucas horas, em meio a cozinha toda suja e bagunçada, quis inventar um caldo de legumes, depois de deixar o último hóspede no terminal de ônibus de Piraquara. Esforcei-me para que ficasse muito saboroso como tudo o que aconteceu antes dele ser feito. Assim ficou. Como forma de gratidão a todo o universo de abundância que me circunda, escrevo a receita aqui.

CALDO INSPIRAÇÃO

1/2 abóbora cabotiá
2 batatas
2 cenouras
Talo de brócolis (aproveitando a sobra do brócolis refogado do dia anterior)
Gengibre picado (1 colher de chá)
Tomilho fresco
1 tomate
200g de atum em posta (aproveitando a sobra do atum assado na grelha no dia anterior, já bem salgado e temperado com limão)
Vinho tinto (1 colher de sopa)
1 cebola
5 dentes de alho
Creme de Leite (2 colheres)
Beterraba (para utilizar o caldo e comer a beterraba na próxima refeição como salada)
Açafrão da terra (opcional)

Modo de fazer:
Cortar 2 beterrabas e colocar em uma panela com bastante água e deixar cozinhando. Picar meia cebola e todo o alho e refogar. Acrescentar os legumes picados e refogar junto. Acrescentar sal, açafrão e o gengibre picado. Acrescentar o caldo da beterraba aos poucos, até utilizá-lo totalmente. Tampar por alguns minutos e mexer de vez em quando. Desligar quando a abóbora já estiver se desmanchando. Acrescentar um raminho de tomilho fresco picado. Deixar descansando.
Em outra panela acrescentar o azeite de oliva e a posta de atum desmanchando-a com as mãos e depois com a colher de pau na panela. Quando começar a fritar, acrescentar o vinho. Em seguida, acrescentar os tomates e a cebola picados. Mexer e tampar a panela por 10 minutos. Desligar e acrescentar o 2 colheres bem fartas de creme de leite (nata tyrol). Acresentar este preparo ao caldo de legumes e levar tudo ao fogo por mais alguns minutos.
Pode ser servido com farinha de mandioca ou pão fatiado e torrado.
Serve 4 pessoas.
 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

GAIA


Hoje fui numa escola chamada Gaia
com uma pessoa incrível que é a Romã
que meteu medo na turma inteira
fingindo ser bruxa numa brincadeira
que fez uma grande equipe dar muita risada
sendo uma menina levada
que teve uma ideia original
"adivinha quem sou enquanto te guio"
e coisa e tal
e teve o desenho de labirinto
que a professora achou mesmo "genial!"

foi mesmo uma manhã de chuva
ensolarada de cor
um dia leve e levado
que lá nessa escola brotou

Um labirinto sempre leva consigo uma pessoa incrível para com sua equipe brincar
Faça seu pedido  ao gênio da lâmpada que a gente voa até o seu espaço
depois vai ser lindo lembrar

Ah, educação, vida, histórias, imaginação, arte e labirintos...
Ah, esse eterno caminhar...





sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Corpo e O Labirinto -

- uma visão dos alunos e das alunas do balé da professora Raquel Bombieri, na Associação Menino Deus, em Piraquara-PR.

eles escreveram o que vinha à cabeça quando pensavam em labirinto e corpo.

abaixo as anotações de cada um, transcritas ipsis litteris.

O nosso corpo tem caminho igual a um labirinto, é cheio de pequenas paredes ou também grades só que o labirinto não se mexe e o corpo humano se mexe e bastante a gente inventa movimentos novos e muito divertido.

O labirinto e uma coisa grande e cheio de tunio cheio de supresa, e cheio de aramadilhas e dirvesões mais também o labirinto é muito pererigo você pode se perde e nunca mais sair de la vivo.

O corpo é cheio de labirto ossom e também o labirinto é cheio de supresa e essa é a historia do corpo e do labirinto.

Os caminhos são diferentes e os labirinto tem partes quase iguais e pode até repetir e seim comtar. com os caminhos do labirinto e pode se emcomtrar. Para sem encontrar.

Caminhos, desafio
Novas Comquistas
Paredes
Caminhos erados e sertos abilidades que eu nem sabia que tinha esperança medos alegrias

Uma vida do corpo 
Desafios, amor com o nosso corpo em uma imaginação com um ponto de . Vermelhor drento do nosso corpo. imaginação dos pés, cabeça, mãos, bumbum, e bariga.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Ordem do dia: Praticar



Se tem algo que sofre transformações constantes

Mas em seu núcleo permanece imóvel

É esse projeto do labirinto


O projeto, assim como seus criadores e colaboradores




Estão em constante movimento,
digamos, "vygotskiano"
Desenvolvimento e Aprendizagem
União



Por isso, "o chegar não é mais valioso andança"
https://www.youtube.com/watch?v=UU5-hkBH2rw

Praticar a vida enfim
tendo a natureza como a melhor sala de aula


Desescolarizar o coração
Reaprender uma linguagem não-violenta
Sair do paradigma do poder
Reconhecer em qualquer pessoa a sua própria humanidade

Só coisa de elevada consciência...











Se tiver filhos: Praticar
Se tiver amigos: Praticar
Se tiver inimigos: Praticar
Se tiver animais: Praticar
Se tiver uma vida pra viver: Praticar




Ora, então, desde o início de onde você estiver: Praticar
Se falhar, Libera. Vai ter chance de praticar de novo.
Acabei de falhar, agora, neste instante de tamanha inspiração










Mais uma vez, a linguagem falada é bonita, mas...
tudo é corpo e condicionamento.
Descondicionar.
Desescolarizar. Mesmo.



Para praticar a frase: "Em seu caminho rumo ao centro, você jamais se perderá".






terça-feira, 23 de junho de 2015

Co-Inspiração


Inspiração é uma ordem transcendente 
que orienta a ação potente 
e criadora do ser vivente 
Ela acontece agora mesmo 
A inspiração é um presente

Cada escola é uma inspiração
Cada criança
Cada coração

E assim o labirinto abre o céu das possibilidades
Aqui ali provoca e inspira, transforma

 
PROJETO CORPO


EXPLORAR LIVREMENTE

CONCENTRAR E CONTAR UMA NOVIDADE
(ah, quanta inspiração nesses momentos...)

PROJETO PEQUENO CAMINHO
(e vários outros iam surgindo...)

PROJETO CORES 
(uma idéia deles)

ESTIMATIVAS
(outra ideia dessas, que alguém sente vontade, de cooperar para descobrir junto)

E O JOGO DE ESTÁTUA COLABORATIVO: 
a sala toda era uma equipe com 10 pontos
quando uma criança chegava no centro
todos paravam para ouvir a novidade
e todos tinham que cuidar para não derrubar nenhum tijolo
cada tijolo derrubado
era um ponto perdido
quando todos os pontos acabaram... 
a história ficou assim:






!!!!!!!!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Enquanto isso, em Piracaia...


ANA THOMAZ CRIANDO ACAMPAMENTOS E LABIRINTOS... 







Crianças do Menino Deus

Que dia! 

Começou assim, 9h30, no Jardim Bela Vista:
(aqui: https://www.facebook.com/pages/Associa%C3%A7%C3%A3o-Menino-Deus/449470778472135?fref=ts)

Silêncio para caminhar em grupo primeiro, uma lindeza.

E a LIBERDADE pra brincar do que quiser.

Crianças entregues a uma experiência totalmente nova e alucinante. 

Uns concentrados no percurso.

Outros descobrindo como é legal escorregar.

E todos abertos e dispostos, sem vontade de estar em outro lugar.

E uma confusão no fim que mereceu sabão amoroso de mim! 



Depois, para dar uma trégua, continuou assim:



Uma pequena turma de grandes crianças que não menos que os pequenos da turma anterior, aproveitaram sua vez tanto quanto. Sem no entanto.
















Almoço. Início da tarde e estávamos prontas, Raquel e eu, para mais uma jornada!

Antes de apresentá-los ao colorido tapete, todos, um a um, caminharam de olhos vendados, percebendo, através dos sentidos, o que tal experiência lhes causava.

Depois, conversamos e fomos vivenciar o corpo, a alma e a infância assim:



















E finalizamos com um pequeno grupo que silenciosamente se concentrou e se transformou em uma intransponível parede, que conduziu a "profi" Raquel até o centro.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Pedagogia da Presença


Ainda não fiz nenhum curso de educação ativa mas conheci o Edgar.

Conheço algumas pessoas que falam de suas vivências em cursos, como estes com o Grupo Orion, ou imersões de formação Waldorf... Pessoas que participam e/ou promovem rodas de conversa de mães e famílias procurando viver um novo paradigma educacional, e ouço experiências que são advindas de uma busca delas muito parecida com a minha. Agradeço muito toda oportunidade de conviver com elas. O desafio é praticar. E cada realidade é uma. E tem muita criança em realidades muito distantes da educação ativa, com a sua abordagem tão profunda, ou da pedagogia Waldorf, cujo ideal é o belo, o bom e o verdadeiro.

A Ana Thomaz (educadora com a qual convivi e relatei resumidamente em post anterior - http://labirintoludico.blogspot.com.br/2015/05/piracaia.html) - fala de um modo de entender a partir de uma proposta de desestagnação constante, reinvenção diária, estar atento e presente como qualquer outro ser vivo, na potência, sem auto-indulgência, com amor e em relação.

Fico a pensar nas leituras e nas idéias tão claras e tão lindas que estão lá em Vigotski, em Maturana e em tantos outros, a admirar figuras como Lacan e Manoel de Barros, e não dou conta da quantidade de pensamentos e relações que eu faço enquanto uma outra pessoa fala. Mas quem é que quer saber do "conteúdo" que tenho pra passar? Meu exercício mais importante é calar e escutar.

Estou diariamente investigando: qual é a coisa que devo fazer agora? E só com muita coragem é essa coisa que faço. Às vezes, é a coisa mais urgente que vou ter de escolher fazer. Ontem, foi terminar esta peça ao lado.


Penso então: de que, aqui, falo então? De que falamos quando mostramos as nossas crianças os labirintos? E o que isso tem a ver com todo o resto?


Usar e brincar com labirintos deve ser uma escolha livre. Brincar é algo espontâneo, vivo. Ir lá fazer ou ver como estão fazendo é essa escolha livre que faço como educadora que sou (a cada momento).

Exemplo:
Semana passada, lá no Ioko Hara (creche que tem labirinto no pátio), pedi que as crianças viessem brincar sem nenhum comando ou aviso de que teria alguém fazendo algo no labirinto com eles. Observei e percebi todos espalhados. Muitos em triciclos entrando no caminho do labirinto mas deixando-se livres para não respeitar os limites do desenho, numa vivência do corpo, pedalando intensamente... Os demais pequeninos brincavam nos cantinhos maravilhosos, que foram criados pelas professoras de lá. Tem o petshop, o salão de beleza, o hospital, o escritório... Depois de uns 15 ou 20 minutos, cheguei mais perto das meninas que brincavam no salão de beleza e perguntei se alguém queria brincar comigo no labirinto. Vieram 4 meninas. Propus inventar um jeito de andar diferente no percurso, em cada cor nova do caminho. No centro já estávamos em umas 8 ou 10 crianças. Sugeri que ao sair fôssemos pegando caixas para montar, e quando o movimento de construir começou, 80% da turma estava engajada na brincadeira. Os 20% que não vieram estavam bem, brincando com algum amigo em algum cantinho.





Isso me lembrou a minha pedagogia do caos de anos atrás, e as primeiras experiências com os labirintos lúdicos no Anjo...

 http://labirintoludico.blogspot.com.br/2009/08/aventura-pedagogica.html

Ah, quanta aprendizagem para cada criança vivendo a oportunidade de colaborar e construir algo junto com seus amigos, em relação, sem competição, sem ameaça, respeitosamente. De viver em liberdade responsavelmente. A recompensa é a presença. É ter podido escolher estar ali, brincando, plenamente. É este o conteúdo, que para cada uma delas é um.