sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Sobre labirintos, desescolarização e a vida

Era uma vez uma moça que começou a traçar labirintos que levaram-na até uma casa sonhada e depois mais outra, que hoje existem e recebem muitas pessoas, e muitas crianças...
http://casalabirinto.com.br/ministerio-da-educacao-reconhece-a-casa-labirinto-como-exemplo-de-inovacao-e-criatividade-na-educacao/#

Os labirintos se espalharam, e levaram a moça aos recônditos de uma alma que ainda se afoga por não saber nadar em si e revelar-se pura e cristalina, como nos tempos de mais menina.
http://casalabirinto.com.br/uso-dos-labirintos-ludicos-como-recurso-terapeutico/

Pôs-se a sonhar com uma vida sem emprego, sem escola e sem sossego.
E assim se fez e se perfaz e se refaz.

E encontrou a vida, com seus lindos encantos e duras lidas.

... Nunca se sabe, de antemão, como alguém chegará a aprender - mediante que amores se chega a ser bom em latim, por meio de que encontros se chega a ser filósofo, em que dicionários se aprende a pensar. (...) Não há um método para encontrar tesouros e tampouco há um método de aprender, a não ser um movimento violento, um cultivo ou paideia que percorre o indivíduo em sua totalidade. (...) a cultura é o movimento de aprender, a aventura do involuntário que encadeia uma sensibilidade, uma memória e logo um pensamento (DELEUZE).

E encontrou tanta sabedoria que se perdeu de sua própria.
Porque está na menina, que a moça procura.
Está lançada a sorte, na noite e no dia.
Cada qual em seu tempo sem nem adiantar-se ou atrasar-se.

Hoje quantas horas vão caindo
no poço, na rede, no tempo,
são lentas mas não tiveram descanso,
seguem caindo, unindo-se
primeiro como peixes,
depois como pedradas ou garrafas.
Lá embaixo estendem-se
as horas com os dias,
com os meses,
com lembranças confusas,
noites desabitadas,
roupas, mulheres, trens e províncias,
o tempo se acumula
e cada hora
se dissolve em silêncio,
se esfarela e cai
ao ácido de todos os vestígios,
à água negra
do avesso da noite.
(PABLO NERUDA)



ora,
que o caráter pedagógico da literatura não exista para desqualificá-la
que os textos de pedagogia sejam preenchidos por inteiro de um caráter poético inusitado,
dado pelo leitor,
que ri.









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