sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Comuna Pedagógica

O ciclo do ano na Casa Labirinto fechou hoje, junto com o fechamento de um I ciclo de 8 encontros na região dos mananciais aonde estamos co-construindo uma pedagogia familiar que atenda as necessidades das quatro famílias fundadoras de um grupo ainda sem nome oficial.

Senti uma importância grande em, mesmo depois de imenso dia cheio de experiências entre nós do grupo, escrever de forma aberta, sincera e transparente, sem querer conceituar nada e num exercício de estar presente na escrita que vem e se define a partir dessa presença, sem julgamentos que me façam apagar o que quer que se escreva. Conto com a adivinhação de todos numa presença de ler com amor. O amor que encontro nos encontros é que me faz andar com essa fé que me deu o destino que tenho, de poder conviver e aprender com cada pessoa neste projeto de educação tão viva.

Gratidão. Por cada momento. 

Sinto que está ocorrendo uma harmonização com a vida de uma maneira presente e compreensiva dos processos com os quais cada ser lida internamente na dialética com as experiências da vida, do mundo que nos cerca, das oportunidades que se apresentam e das co-criações.

E o que há de lindo na evolução individual é que se pergunta: será que sei fazer desse jeito, viver assim, criar isso? Ah as crenças que tanto nos atrapalham...

Tudo é perfeito como é.

Cheguei há pouco e exaurida depois da intensa rotina de uma sequencia de eventos que vão se apresentando no devir do simples fato de estarmos juntos.

Sinto medo e desconfiança ainda. Por isso ainda ressoa em mim a violência o autoritarismo. Minha busca com a nossa união é ir curando cada célula que ainda quer agir no velho paradigma do poder. E ouço minha voz falando coisas que me mostram como esse velho ainda está em mim, o tempo todo.

Mas é só lembrar da força que tem cada família, e do amor incondicional por traz de qualquer ação ou reação que sei: é tudo perfeito. Um trevo de quatro folhas. E labirintos...

Hoje, me peguei não presente algumas vezes. Preocupada com o cansaço do outro, da Flora, com o que tinha sido, com o horário do Joel... Ou no passado ou no futuro. Mas presente quando falei, ouvi, cuidei, atendi, comi, ajudei...

Penso que fiz o que estava pronta pra fazer, no intuito de ajudar, servir e amar – ou aprender a amar – pra poder confiar e parar de sentir medo. Mas faço e fico pensando “será que estou sendo aceita?”. “Será que fui grosseira?” “Sera que isto ou aquilo?”

A linguagem não dá conta. Mas ajuda o pensamento a ganhar asas e o encontro de nossas almas pode acontecer em tempos e espaços diferentes, pois meu espírito pode assim se expressar sem interrupções. A escrita que é sagrada e viva quando lida.

Há uma armadilha que é achar que algo pode acontecer se...

Mas o que pode acontecer se realmente nos desprendermos das amarras dos condicionamentos? O que pode acontecer se abrirmos nossas vivências para mais pessoas poderem participar? Mas o que pode acontecer se a minha filha chorar muito? O que pode acontecer se alguém não gostar da experiência com a gente? E o que pode acontecer se ninguém precisar da gente? Ou de labirintos? Ou de mim?




Ficar tudo sempre perfeito.




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