ou estou querendo algo de outro planeta?
Vejo as crianças muito felizes e plenas, dos 2 aos 12 anos (ou mais), vivendo intensamente o que pode o corpo a partir da livre expressão do brincar junto. É simplesmente sensacional.
Tenho certeza de que, se fossem realmente livres na infância para fazerem isso, teriam sede de sentar de vez em quando pra realizar alguma tarefa de interesse, fosse ela qual fosse, com a mediação cultural necessária para ela aprender o que quer que naquele momento ela estivesse necessitando aprender para, muito provavelmente, continuar a fazer algo.
Responsabilidade total: eu não tenho tempo-espaço pra pensar no que eu deveria fazer quando estou completamente ocupada com o que estou fazendo.
Mas, de mesma forma impressionante, nessa mesma humanidade da qual faço parte, tem gente que ainda acha que tem mesmo é que deixar as crianças separadas e retidas em salas, sentadas, esperando a manhã ou a tarde passar, enquanto obedecem uma professora que também foi pra escola e assim era o tratamento que recebia.
No entanto, continuamos eu e mais uma imensa força de resistência trabalhando.
E lá fui eu de novo, ver o que dava pra fazer com as quatro turmas do contra-turno da Associação Menino Deus.
Turma 1 - legal, labirinto, barulho, bagunça, caminhadas, cumprimentos, abraços, perguntas, novidades, tudo junto ao mesmo tempo. Em silêncio observei. Fui silenciosamente cativando a todos para que fizéssemos uma roda. Mantra Om entoado por todos 5 vezes. Brincadeira do nome de todos. Flora junto. Depois, sugestão: andar no labirinto e dizer qual a coisa que mais queria fazer agora. Todos queriam andar primeiro! Foi a primeira criança. O que você mais quer? Brincar!, ela responde. E foi, direto pro parquinho. E foram todos! E com a menina que sentia cólicas e não queria fazer nada, fizemos um labirinto de pedras de 7 circuitos, na mesa de cimento. Outras crianças vieram ajudar. Até que: caracol! Posso levar o caracol no labirinto? Trouxeram 1, 2 e 3 caracóizinhos bonitinhos do jardim pra caminhar no labirinto de pedrinhas...
À tarde o menino chegou e tirou umas 4 pedrinhas da sétima volta do labirinto na mesa, e disse: aqui é saída. Depois, ele mesmo destruiu todo o trabalho. Mas aquilo deu a deixa para as meninas iniciarem uma brincadeira com as pedras, mato, flores e tesoura, em cima da outra mesa, enquanto a outra parte do grupo corria e brincava feliz.
Então, vamos pensar junto:
Professores sozinhos na sala de aula não dá mais.
Sala de aula não dá mais.
O que dá?
Mãos à obra!!
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